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domingo, 3 de julho de 2011

As ruínas missioneiras

Por Alécio Baroni
As ruínas de São Miguel  em São Miguel das Missões é conhecida internacionalmente por ser uma das ruínas mais famosas de todo o território brasileiro. A Igreja de São Miguel Arcanjo, além de ser muito preservada é conhecida como um conjunto missioneiro. No ano de 1983 no mês de dezembro a igreja de São Miguel juntamente com as ruínas de San Ignácio Mini, do país da Argentina, foram eleitas e reconhecidas pela UNESCO como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.
São Miguel das Missões tornou-se também palco de grandes eventos, iniciando com a apresentação do tenor José Carreras, em 1997 e de eventos importantes como a inserção ao vivo no Jornal nacional de 2009.
Segundo dados históricos a construção se iniciou no século XVIII, ano de 1735, e durou cerca de dez anos para a construção. O arquiteto italiano João Batista Primolli, foi quem ajudou no designe e na construção da igreja. A arquitetura da igreja mostra um estilo totalmente renascentista, e possui três naves com cinco altares dourados e cobertos de imagens de santos, em madeira e pedras, trabalhado com as árduas mãos dos índios.
 Essa igreja foi construída com blocos de pedras que pesavam até mil quilos, que se assentavam umas as outras com um ótimo recorte facilitando o encaixe das pedras. Numa das torres  havia cinco sinos, sendo um com mil quilos.
O Museu das Missões construído no ano de 1942 e projetado por Lúcio Costa, mostra esculturas de santos feitas pelos índios ou trazidas da Europa e também os sinos que pertenciam à igreja em seu funcionamento.
Dados comprovam que nos últimos anos a um quilometro dali foram descobertas fontes de água. A área construída deveria ter ao redor de mais ou menos seis hectares, a maior parte, hoje cobertos pela terra, existindo, sobre eles, diversas construções comerciais e públicas. Hoje se encontra ainda no subsolo de São Miguel um desconhecido, mas certamente importantíssimo patrimônio arqueológico.
Qualquer pessoa ao chegar diante das ruínas da antiga igreja de São Miguel impressiona-se com a grandiosidade e imensidão da construção, e ainda mais depois de conhecer a importância histórica que ela traz e do local aonde ela se encontra. Aqui em nosso estado como em outras reduções jesuíticas como por exemplo na da Argentina e do Paraguai, centenas de religiosos viveram entre os séculos XVII e XVIII onde teriam como objetivo também catequizar os índios. “Quando eu fui a primeira vez me encantei com o lugar e a cultura que existe no lugar, sem dúvidas foi inesquecível pra mim conhecer as ruínas de São Miguel”, avalia Vanessa da Rosa.
Diariamente acontece nas ruínas de São Miguel um espetáculo de som e luz, que dura cerca de uma hora, onde se projeta no início da noite. Também é muito bonito e deve ser visto. O espetáculo, realizado durante o pôr-do-sol, conta a saga missioneira e a formação do povo gaúcho. Também deve ser visitado ali o Museu das Missões. Possui cerca de cem imagens, com tamanhos variando entre 15 centímetros e 2m20cm, em pedra e madeira, talhadas pelos índios para decorar as suas igrejas.
Ao contrário do que muitos também possam imaginar, a presença indígena no local não se resume apenas a um passado distante, mas sim muito perto, pois hoje vivem cerca de 200 guaranis na região, em uma reserva criada recentemente a 30 Km de São Miguel das Missões. Lá se busca meios para garantir sua sobrevivência física e cultural, através da caça e da manutenção de plantações tradicionais, entre outros hábitos típicos. Os guaranis frequentam regulamente a cidade, inclusive vendendo artesanato dentro das ruínas.
O turismo das ruínas também atrai turistas para fazer passeios ciclísticos, em que o objetivo é tentar passear pelas estradas de terra próximas, margeadas de campos e paisagens exuberantes. Além das ruínas de São Miguel Arcanjo, existe mais três sítios arqueológicos que podem ser visitados no lado brasileiros das Missões: São João Batista, São Lourenço Mártir e São Nicolau. Neste último,  localizado no centro da cidade homônima, o visitante encontrará a adega jesuítica e a pia batismal. O sítio de São João Batista é considerado o de maior acervo arqueológico do Brasil. “eu fiz um teor por toda cidade de São Miguel também, fiquei fascinada com tamanha dedicação das pessoas e da receptividade que eu tive quando estava passeando lá. Tudo me encantou, aquela igreja fez com que eu me sentisse parte da história olhando em seus interiores”, acrescenta Vanessa.
Vale conhecer um bem histórico como esse, pois além de trazer grandes conhecimentos, traz uma lembrança inesquecível. Para fazer a visitas guiadas e aprender ainda mais sobre o lugar o valor é de R$50,00 para grupos de até 10 pessoas.

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