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domingo, 3 de julho de 2011

Esculturas guaranis escondidas em São Luiz Gonzaga


A Igreja Matriz de São Luiz Gonzaga possui uma presença marcante no município. Localizada em frente à praça central, possui uma beleza diferente e chama a atenção de todos que passam por ali. Mas muitos não sabem que sua maior riqueza encontra-se no seu interior, onde esculturas feitas pelos jesuítas estão espalhadas pela igreja, esbanjando história, cultura e curiosidades.Doze estátuas jesuíticas feitas pelos padres e guaranis estão presentes no local. Nelas não se identifica os autores nem o ano em que as imagens foram esculpidas, devido ao fato de os artistas das missões não assinarem nem datarem as obras. Os indígenas possuíam talento imitativo e esculpiam com habilidade usando técnicas e o estilo barroco ensinado pelos padres. A arte dos Sete Povos foi uma arte didática, pois sempre devia estar a serviço dos fins primordiais da evangelização.


O livro A escultura dos Sete Povos conta que o exercício da escultura nas Missões mantinha uma dupla necessidade, que seria promover os templos com imagens capazes de apoiar visualmente a pregação dos missionários, e por outro, preencher uma das exigências da pedagogia da Catequese. Ressalta também que entre as características mais marcantes das obras, além de ser barroco, os missionários e seus discípulos reproduziam “de ouvido” modelos do centro e norte da Europa. A maioria das estátuas eram talhadas em madeira, de preferência cedro, em sua totalidade eram policromas, algumas apresentavam articulações e um grande número delas mostravam cavidades dorsais. Supostamente cinco razões explicam a singularidade das estátuas missioneiras: evitar a madeira rache, mediante o ressecamento natural; os jesuítas se colocariam sigilosamente dentro da cavidade em determinadas ocasiões, embasbacando o bugre, que acreditaria na voz do pseudo-santo e se tornaria mais dócil à disciplina, ao esforço agrícola e às doutrinas impostas pelos padres; as cavidades também eram esconderijo de riquezas ou tesouros; diminuição do peso das imagens; ser o resultado da profanação dos catadores de tesouros.
Segundo o professor de história, Anderson Schimitz a estatuaria missioneira teve um papel muito importante na catequização dos índios e o feitio das estátuas serviu pra que os guaranis se interessassem pela religião. Explica ainda que os índios sempre foram artistas muito dedicados e o fato de eles construírem uma estátua religiosa os levou a entender quem eram os santos e porque eles tinham este poder. O professor ressalta que uma característica única nas obras missioneiras é a face dos santos, pois mesmo que os padres auxiliassem os artistas guaranis, elas eram feitas com feições indígenas. Revela ainda que os índios na sua inocência acreditavam que todo local que possuía uma estátua religiosa, Deus estava olhando para eles, assim poucos padres conseguiam comandar grande número de indígenas. Conta também que as imagens produzidas pelos guaranis eram articuladas, ou seja, eles faziam partes distintas do corpo para depois conectá-las para compor uma estátua única. Finaliza dizendo “A história das Missões ainda está por ser contata”, ou seja, ainda tem muito a ser descoberto, exemplificando obras que até hoje não se sabe a origem.
Na época era normal a execução mista das obras, ou seja, produzida por várias mãos, tanto padres quanto índios. Os missionários não cofiam aos indígenas a execução completa de uma imagem, sendo que os artistas nativos podiam apenas realizar obras secundárias: imagens para capelas de estâncias ou casas particulares. Existem imagens que chegaram a ser feitas em épocas diferentes.
As obras jesuíticas presentes na Igreja Matriz de São Luiz Gonzaga são de: Jesus Cristo, Nossa Senhora Mãe das Dores ou Nossa Senhora das Dores, São João Apóstolo e Evangelista, Santa Ana, Imaculada Conceição, Santo Antônio de Pádua, São Francisco de Assis, Santa Bárbara, São João Batista, Santo Izidro, Jesus Cristo Nosso Senhor dos Passos.
Jesus Cristo.






Nossa Senhora Mãe das Dores, ou Nossa Senhora das Dores.















São João Apóstolo e Evangelista.




Santa Ana: Mãe de Nossa Senhora.



Imaculada Conceição.

Santo Antônio de Pádua.

















São Francisco de Assis.


Santa Bárbara.

















São João Batista (menino).


Santo Izidro.














Jesus Cristo Nosso Senhor dos Passos.


Katiuze Nonemacher

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