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quarta-feira, 22 de junho de 2011

DANÇANDO A TRADIÇÃO

O Encontro da Arte e Tradição Gaúcha surgiu na década de 70. Antes de ser oficialmente ENART, o encontro fora chamado de dois nomes: MOBRAL - Festival Estadual de Arte Popular e Folclore, e depois FEGART - Festival Gaúcho de Arte e Tradição. Atualmente o ENART é o maior encontro de tradições da América Latina e do mundo. Tem por finalidade a preservação, valorização e divulgação das artes, da tradição, dos usos e costumes e da cultura popular do Rio Grande do Sul.
A categoria que mais se destaca no ENART é a dança dos grupos dos Centros de Tradições Gaúchas (CTG) e Departamento de Tradições Gaúchas (DTG). Os grupos são divididos em duas categorias: Força A e Força B, os quais, passam por três etapas – Regional, Inter-Regional e Final. A Final do ENART sempre acontece na cidade de Santa Cruz do Sul, onde reúnem-se milhares de dançarinos e espectadores.
O campeão atual na categoria de danças do ENART é o DTG Juventude, da cidade de Alegrete. O dançarino Filipe Bortolas de Souza, 25 anos, dança desde os 11 anos e tem em seu currículo nove finais de ENART – tendo uma vitória no ano de 2010, pelo DTG Juventude. Para ele o ENART, além de ser o mais importante festival que já participou, é um lugar onde pode rever amigos, conversar, trocar experiências, e se divertir através da dança. “O ENART, na minha visão tem o intuito de aproximar os participantes do Movimento Tradicionalista, promovendo assim uma grande integração entre os mesmos. Mas na prática não é o que acontece, anos após anos, vimos o ENART virar um jogo de interesses”, comenta Felipe.


Cínthia Teixeira, 26 anos, dançarina do CTG Farroupilha de Ijuí também pensa da mesma forma que Filipe: “Hoje mais do que nunca o ENART transformou-se muito mais na ‘competição’ entre os grupos, do que propriamente na beleza das coreografias, na elegância das prendas, no sapateado dos peões. A cada ano de festival constata-se, cada vez mais, o esquecimento dos grupos, no sentido de trazerem novidades, pesquisando Rio Grande afora, coreografias retratando as nossas guerras, contando a história dos negros, as sangrentas batalhas, assim como quando se cantam o amor do gaúcho por sua prenda. Enfim, a dança a meu ver perdeu a essência, perdeu o brilho e a grandiosidade, a dança tradicional virou simplesmente ‘seguir um livro’, caso você faça diferente você está fora”.
Já para o dançarino Felipe Benites Moreira, 24 anos, do CTG Aldeia dos Anjos - Grupo que tem o maior número de vitórias do ENART, sendo dez vezes campeões, o encontro procura divulgar, através de várias modalidades como: danças, declamações, chula, entre outros, o tradicionalismo gaúcho. “Na minha concepção o ENART é um festival com uma representatividade muito grande no meio tradicionalista, mas pouco explorado pela mídia e o estado como um todo”, ressalta o dançarino.
Os grupos de danças estão focados agora no encontro que será no terceiro final de semana do mês de novembro. Somente dançarão aqueles que passarem para a final, concorrendo, antes, nas etapas regionais e inter-regionais. “A pressão pelo bi-campeonato está sendo cobrada, e vamos atrás desse título. Faltando cinco meses para o festival, estamos ensaiando, e nos preparando. Se Deus quiser, vamos trazer novamente o Troféu Rotativo para o DTG Juventude”, declara Filipe, emocionado.


Daniele Santos

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