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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Um amigo e um amor

Acordei com aquele barulho pavoroso do despertador tocando, a chuva caindo no telhado e a luz da manhã ferindo os meus olhos. Sede. Estava com a boca seca. Meu amigo ou mais alguém ao meu lado?
Por que as coisas tinham que ser deste jeito?
Não ousaria dizer a ele que sabia o porquê. Era cruel demais fazer isto comigo mesma. Apesar dele ser um dos meus melhores amigos e saber tudo da minha vida.
Respondi: “É não sei o que acontece conosco, isso é mesmo um mistério.”
- Eu sou bom nisso, afirmou.
- Eu também sou boa.
- Eu sei querida, eu sei.
Nos abraçamos e ficamos ali sem trocar nenhuma palavra até o momento que adormeci até ser acordada pelo barulho atordoante daquele despertador.
Meu coração era uma pedra de gelo fixada ao meu peito, incapaz de se aquecer com qualquer atitude doce, com um toque. Não havia saída. Também era errado culpá-lo mas decidi que seria assim. Era melhor. Deixei o mistério no ar. Creio que com o passar dos anos ele nunca conseguirá entender o que acontecia entre nós.
Ele despertou, fingi que ainda estava dormindo, virei para o lado e senti sua mão em minha cintura.
- Bom dia! Que horas são?
-10:04
- Preciso ir. Ainda tenho que caminhar até o centro, justificou-se.
Não entendi o motivo de sua justificativa. Talvez seja comum, os homens fazerem isso sempre que acordam na casa de uma mulher, mesmo sendo ela sua melhor amiga. Deve ser para não magoar as do tipo mais sensível, o que não é o meu caso, ou pelo menos o que não é mais o meu caso.
-Até mais garota.
-Até baby.
Entrei em casa e em meio as minhas dúvidas e certezas percebi que aquele fantasma ainda me acompanhava. Agora ele havia parado de me causar dor, sofrimento, porém também tinha levado embora minha capacidade de sentir qualquer coisa.

Marizandra Rutilli e Laríssa Freitas

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